Sunday, September 03, 2006

Quão belo será o amanhã?

Esse texto é dedicado a todas as pessoas que sabem o que querem da vida, é também dedicado aos sistemáticos que acham um jeito de tornar tudo familiar, por ultimo é dedicado aos rotineiros, que em seu cotidiano demonstram bravura ao agüentar a mesma rotina durante toda a vida. Essas pessoas aqui citadas tem a vida toda planejada ou subordinada, ou seja sabem sempre o que devem fazer antes de ter que faze-los, nunca são pegos de surpresa e ai é que eles se privam do mais gostoso da vida. A surpresa.
A surpresa é mágica, tem aquele diferencial das outras emoções, ela é mutável, uma pessoa se surpreende mais de uma vez na vida, mas nunca tem a mesma reação. A surpresa, serve de estimulo, as pessoas vivem num mundo egoísta e hipócrita, que exige muito das pessoas e lhes dá pouco; uma machadada, um tiro de misericórdia, enterra-se o sonho. É por isso que a surpresa é fundamental, porque as pessoas anseiam por isso, elas querem se surpreender, elas precisam disto, desse incentivo, dessa emoção embutida na áurea austera dos vencedores.
Nessa regurgitação de indiferença sobre os vencidos. Os grandes Cesáres anexaram o resto do mundo até então conhecido para o bem da grande nação romana. Será que eles se surpreenderam? A arrogância silencia a surpresa, mas não a felicidade que provem dela; nesses picos de modernismo que a minha geração atravessa, não dá mais tempo para se surpreender.
Nesse mundo que se modifica a cada quinze minutos, onde estará o código matricial? Ele é a surpresa, surpresa de ter chegado tão longe, surpresa de ter vencido mesmo tomando uma medida de solavanco, surpreso de ver o seu amor na porta dizendo – Sim eu quero casar contigo. Surpresa de ter se salvado e assim mudar de vida, por ter alcançado uma nova sintonia, ter acessado novos horizontes, límpidos como o orvalho da manhã que volta para o seio da terra mãe, de mancinho, descompromissado.
Essa é a surpresa que te faz parar, retroceder no tempo e se sentir vivo, é de fato eu sou de carne e osso e sou tão frágil e vivo num mundo tão inconstante, cuja beleza é detento de um palácio feito de dinheiro sujo e onde a lavagem cerebral é maestralmente arquitetado. Com anseios de libertação que são liberados no vento, na forma de suplicas energicamente singelas de auto cunho sentimental e cujo os intelectuais se apegam por demais, e filosofam sobre algo parecido a felicidade.
E em toda essa inconstância surge a surpresa. Por isso dedico esse texto aos sistemáticos, aos prevenidos e aos que sabem o que querem da vida. Pois eles com toda essa arrogância “certesista” esquecem que a surpresa é uma coisa fantástica, pois caracteriza a face da esperança. A essas pessoas infelizmente os poetas não se lembram quando compõem seus sonetos, nem os dramaturgos quando escrevem suas novelas, essas pessoas que eu mencionei tem uma grande desvantagem. A desvantagem de não esperar nada da vida, e assim não poder se emocionar. No leste os mais velhos costumam dizer aos mais novos que, os homens que sonham demais, são visionários, os que tem certeza da esperança são eloqüentes e os que nada temem quanto aos revezes do futuro são execráveis.